domingo, 15 de abril de 2012

Gabriel - Sabedor da vida

"Se assoviar fosse um exercício normal, certamente seria ensinado nas escolas."

Esse era o típico pensamento que Gabriel tinha. Ele não era um cara dotado de inteligência, mas era uma pessoa muito legal. Gostava de conversar sobre o que conhecia, mas tinha medo e até um pouco de preguiça de saber coisas novas. Esse foi o principal motivo por ter abandonado a escola na sexta série. E é aqui que começo a história. Seguindo os passos leves e longos de Gabriel, que com seus 11 anos, pensava que poderia ser alguém na vida.

Não demorou muito até a pequena criança chegar ao centro da cidade e se deparar com os enormes prédios que cercavam a cidade cinza e barulhenta. Ele imaginava que seria fácil achar um emprego onde tivesse bastante movimento. E ele, por incrível que pareça, estava certo. No centro das cidades, a demanda por crianças de 5 a 15 anos é bastante alta. Principalmente por meninos.

Sobre a demanda maior por meninos de 5 a 15 anos o PhD. em Antropologia e Pensamento Lógico Social, Professor e Administrador de uma padaria, Luís Antropófago diz o seguinte: Esse mercado negro, conhecido apenas por pessoas que consomem coisas ilegais é desconhecido pela população comum, entretanto, o mercado em si é tão imenso que é gigante. A demanda por crianças varia desde fetiches por crianças até uma companhia para brincar de Lego, como eu já presenciei um caso ja presenciado por mim.
Após Gabriel conseguir um emprego como Domador de Leões, ele sentiu que sua vida iria melhorar rapidamente. Certamente melhorou. Mas até melhorar, ele precisou lutar contra o preconceito de ser uma criança que largou a escola para trabalhar com leões. Leões que por acaso eram cachorros da raça Pastor-Alemão pintados de amarelo com Algodão na cabeça fingindo ser leões.

Aos 19 anos, após abandonar a vida de domador de leões, Gabriel dedicou-se a cultivação de Cogumelos do Sol com um asiático que possuía o nome Diferente. O jovem adorava trabalhar no campo, e por isso demorou cerca de 20 anos para se dar conta que ele estava sofrendo de abusos domésticos de seu dono nipônico. O principal motivo para Gabriel se dar conta foi quando seu pênis havia sido embalado a vácuo pela boca de seu dono. Aquilo já bastava.

Alguns anos mais tarde, Gabriel foi visto andando sem rumo pelo norte do país, apenas carregando consigo a roupa do corpo e alguns milhares de Reais. Dinheiro o qual surgiu de um misterioso envolvimento com a máfia do Peru e um casal de Andrógenos.

Uma entrevista com Gabriel feita pela Rádio Tumpí, da cidade do interior do Maranhão, descobriu o que ele esperava da vida depois de 34 anos vagando errantemente pelo Brasil.

E ele respondeu com uma simples palavra:

Nada.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Incrível História de Anderson

Em uma noite qualquer, dentro de uma casa qualquer, enquanto via um canal qualquer, um homem qualquer está se masturbando. Enquanto isso, do outro lado da parede, uma criança faz sua lição de casa instigando qual seria o significado da vida e o que motivaria mais as pessoas a aprenderem de forma mais eficiente. Essa criança se chama Anderson, e seu pai Edvaldo.

Após acabar sua reflexão, concluindo seus pensamentos com total êxito e muita coerência, Anderson foi até a cozinha beber um copo de água. Ao passar pela sala, testemunhou seu pai estimulando sua próstata com o dedo médio, de quatro olhando Jornal Nacional. Esta cena marcou a pobre criança que nunca mais foi a mesma.

Alguns anos depois, acostumado a ver seu pai introduzindo coisas em seu próprio ânus, Anderson decidiu que estava na hora de entender o que seu pai sentia enquanto fazia isso.


Foi assim que tudo começou.

O jovem sabia que não era algo que se fazia de uma hora para a outra, por isso, durante um mês começou a fazer toda noite um ritual anal. Começava estimulando o esfíncter, logo em seguida, entrava com um dedo e ao longo dos dias, mais um dedo. Até que conseguia por seu desodorante Axe inteiro, sem esforço. No dia 23 de Abril de 2004, ele finalmente penetrou o consolo de seu pai. Neste momento, sua avó, Dona Leucira, de 84 anos, começou a bater na porta do banheiro avisando que precisava cagar. Anderson ficou desesperado, apertou o esfíncter e acabou ficando tonto. Então, com um movimento de desespero, Anderson bateu com o cotovelo no olho de um carteiro.

- Ai, porra!

- ah, desculpe ai, é que..

- Tá, tudo bem não esquenta.

- Ok, desculpe.

Anderson acordou dentro de um poço de algo que lembrava sêmen.
Obviamente, era sêmen. E ele acabou bebendo um pouco. Não porque queria, mas porque sempre teve curiosidade.

Sem pestanejar, começou a flutuar até o topo do poço, que ficava mais para cima. Quando ele saiu do poço e observou onde estava, sentiu-se mais alegre. Ele estava na Azenha, em Porto Alegre, Rio grande do sul, um lugar muito bonito e cheio de pessoas bonitas e inteligentes, que tem um interesse maior que o comum pelo que é culto e interessante.
Anderson resolveu andar um pouco pela cidade quando foi abordado por um par de meias de nylon. 
 Elas o cumprimentaram e perguntaram o nome dele. Em seguida, se apresentaram e começaram a falar sobre assuntos banais, como a cotação do dólar, o madato da Dilma Rousseff e como a vida é boa e feliz. Foi ai que a conversa pegou no tranco!

Anderson disse que sim, mas também acreditava que o que guiava a vida eram as desgraças. Mas as meias não entenderam, então ele explicou novamente:

- Pensa bem, se a vida fosse 100% feliz, o que seria a felicidade? Todo mundo iria ser feliz, a vida seria totalmente sem razão. As pessoas não teriam motivação para viver porque simplesmente já alcançaram o maior desejo da humanidade: ser feliz. Mas agora, se o mundo tem desgraças, mortes e muita infelicidades, a FELICIDADE é algo que vale a pena correr atrás. A alegria é uma recompensa tão boa que pode-se criar uma motivação para se continuar vivendo, apesar da desgraça que é a vida.

As meias riram da cara de Anderson. Segundo elas, ele era idiota e isso era algo tão obvio que nem se ensinava em escolas. Ele ficou triste. Mas não importava mais.
De repente, um chevette aparece na calçada e atropela Anderson, que é gravemente ferido por um homem com machado que o leva até o HPS na Osvaldo Aranha.
 Anderson se questionava porque ele estava se sentindo ligeiramente estranho, então olhou para seu passado.
A sua vida foi algo como um sopro. Nada mais, nada menos que apenas ilusões, distrações e um pouco de risadas de pênis desenhados na classe da escola.
A escola. Nada marcou tanto em sua vida como a escola.

por que ele sofria tanto naquele ambiente tão amigável?
Aquelas pessoas que ele via diariamente, por que ele se sentia tão intimo delas e ao mesmo tempo tão distante? Obviamente, a vida era algo que ele não sabia explicar, e nem tinha mais condições mentais para isso, ele já tinha esquecido da escola e agora pensava em quinas.
Quinas de mesas, portas, e até gavetas.

Gavetas, isso mesmo.
Gavetas eram engraçadas até meados de 2000, quando ele descobriu que gaveta ao contrário soava Atevag, que lembrava o som que escutou quando caiu da bicicleta e quebrou o ombro. Atevag!

Anderson adormeceu e acordou.

Segundo médicos especializados em proctologia, Anderson havia perdido muio sangue com um derrame causado por um grave rombo em seu cólon. E isso causou a ele uma vida de sofrimentos, que era levemente adocicada por piadas sobre negros e judeus, que lia na internet, após seu horário de almoço.

Anderson nunca mais voltou a estimular sua próstata e nunca mais falou com sua avó, pois ela havia falecido no instante que viu seu neto jazido no chão de seu banheiro com a bunda ensanguentada e um dildo entalado no meio dela.

E o par de meias que ele havia presenciado, não eram meias, eram polainas. Anderson era burro, mesmo.