segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Uma tarde maravilhosa com Gandhi, o herói

Júcula tinha trinta e sete anos e nenhuma vontade de se mexer. Em uma tarde de sábado, do dia vinte e três de setembro de dois mil e cinco, sua vida mudou.

Ele estava sentado à mesa da cozinha, bebendo, como de costume. Estava ouvindo seu disco preferido do The Cure, Wish. De repente ouve um ruído estridente e percebe que alguém acabara de entrar pela janela, quebrando o vidro. Era o Gandhi.

O Gandhi

Júcula se assustou. Importante dizer que este nome, Júcula, lhe foi dado em ocasião de seu nascimento. Júcula significa "cara muito legal muito bom mesmo, gostei" em iídiche, língua materna de seu pai, que era homossexual.

Voltando ao ponto, Júcula se assustou. Ele tentou questionar o invasor, mas estava bêbado e apenas riu. O Gandhi se aproximou sorrindo, e pousou suavemente a mão na cabeça de Júcula. "Shhh, está tudo bem", ele disse, "eu vim lhe conceder três desejos."

"Sério?" questionou Júcula, com um olhar de fascinação. "Claro, eu sou o Gandhi, caralho", disse o Gandhi. Sem pestanejar, completamente fascinado pela figura à sua frente, Júcula disse: "Quero que minha esposa volte à vida, quero recuperar o movimento das pernas, e quero deixar de ser alcoólatra!"

"Seus desejos se realizarão, assim que ordenhares o membro mágico de Gandhi", disse o Gandhi, abrindo o zíper da calça e colocando para fora seu pênis marrom-escuro, semi-ereto. Diante disso Júcula relutou. Ele olhou, espantado, para o que se apresentava à sua frente, e por um segundo sua fé vacilou. Mas ao erguer seus olhos de encontro aos gentis olhos castanhos do Gandhi, suas dúvidas se dissiparam. Ele era o Gandhi, afinal de contas.

Júcula enrolou seus lábios em volta do pênis do Gandhi. Sentiu os pelos roçando-lhe o rosto, e um cheiro levemente desagradável que invadia suas narinas. Começou a mover a cabeça para trás e para a frente, massageando o membro com a língua, por toda a sua extensão. Após alguns minutos, percebeu que estava excitado com a experiência, e passou a empregar-se com mais afinco. Dava leves chupadas nos testículos de quando em quando,sugando a pele flácida e salgada.

Passado um período de tempo impossível de determinar, o Gandhi sofreu leves espasmos, e derramou seu esperma sagrado na boca de Júcula. Este engoliu todo o fluido morno e aveludado que inundou-o.

"Quando acordares amanhã, seus desejos terão se realizado", disse o Gandhi, enquanto fechava o zíper da calça e pulava de volta a janela, saindo para sempre da vida de Júcula. Ansioso, nosso herói terminou seu álcool e assistiu tv por algumas horas, embora sem conseguir se concentrar. Por mais que tentasse manter o otimismo, uma leve desconfiança lhe dava um frio na barriga. À noite dormiu o sono pesado e sem sonhos que o álcool proporciona.

A moral da história é que era só um mendigo que invadiu a casa de Júcula e conseguiu um boquete de graça, mas não tenho habilidade suficiente pra apresentar esse fim de maneira engraçada. De qualquer forma, era um fim previsível pra caralho.

Vá se foder.


domingo, 13 de outubro de 2013

O garoto idiota

Ele era um bosta. Tudo que ele fazia era estragar coisas. Sempre que tocava em uma coisa, ela quebrava.

Seu nome era Raul e sua mãe nunca o conheceu porque simplesmente havia morria no parto.
Seu único amigo era o Márcio. Mas eles só se falavam via Skype duas vezes por mês. Márcio não gostava de Raul.

Certo dia, Raul se apaixonou por uma bela expectativa de vida. Isso significa que depois do dia 13 de Agosto de 2013 ele só pensava no que iria acontecer com sua existência no futuro próximo. Isso o distraiu e abacabou que ele esqueceu sobre o sistema quantitativo em que ele trabalhava na farmácia.

O sistema quantitativo em que ele trabalhava na farmácia era nada menos do que um par de meias que ele usava para se masturbar enquanto fazia seu turno noturno. O problema em ter esquecido isso na farmácia, é que sua orientadora pedagoga acabou descobrindo e usando as meias como justa causa para demissão de Raul.

Depois que foi demitido por supostamente se masturbar em horário de trabalho em um estabelecimento comercial focado na saúde do indivíduo, Raul foi morar perto de um lago na região pobre de sua cidade. Por falta de dinheiro e uma educação de qualidade, ele só conseguia se lamentar e usar drogas pesadas.

Seu fascínio por crack aumentou quando descobriu que ele era mais barato do que imaginava. E a partir disso, se tornou um usuário afinco da droga. Seis meses depois, Raul foi encontrado morto em baixo de um viaduto na cidade de Cruz Alta.

Infelizmente, ele conseguiu conquistar sua paixão, que na verdade era uma expectativa de vida. Seu sonho era viver intensamente o presente e aproveitar as menores coisas da vida. E foi isso que aconteceu com Raul. Enquanto se drogava com Crack e outras substâncias proveniente de ácido de bateria de carro, ele conseguia apenas ver o que estava acontecendo diante de seus olhos, esquecendo tudo ao seu redor. Quando ele conseguia pensar, ele chamava essa sensação, conhecida por ficar chapado, de "Alcance da Verdade". Segundo ele, era o Nirvana real da existência.

Sim! Ele tinha alcançado sua paz interior e toda a verdade universal se chapando com crack e chorume. Infelizmente sua decisão de alcance da verdade e tudo mais resultou em sua morte.



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dois mil e treze

Neste ano, em que as coisas voltam a estar estagnadas, o dever me chama para contar a urgente história de Wertom, que é sobrinho de meu pai, portantto meu primo em proximidade afetiva. Wertom era meu primo, e tinha grave deficiência auditiva, que o levava a ouvir mal, e ser triste. Tendo em vista que não se comunicava bem, decidiu tornar-se homoafetivo. Sem chance de sucesso na empreitada, veio a falecer.

Quem não sabe viver, morre.

 Urge que esclareçamos a mensagem: vá à merda.