terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cadastro Genital


Thompson tinha poucos amigos. Ele passava maior parte do tempo sozinho, quando em férias passava dias sem sair de casa. Nenhuma razão específica para isso; ele apenas evitava ocasiões sociais. Nas poucas vezes em que saía, voltava para casa não sentindo-se muito à vontade, e passava longos períodos de tempo analisando mentalmente as suas ações (para ter certeza de que não fez nada de estranho na frente dos outros). Com o passar dos anos foi se retraindo cada vez mais, até começar a acreditar que simplesmente não precisava de ninguém. Talvez no fundo quisesse ser alguém popular e bem sucedido, o que o levava a ter um certo ódio de pessoas felizes, e a se sentir bem vendo o sofrimento dos outros (até mesmo daqueles poucos amigos). Era extremamente preguiçoso, e costumava se ver como superior aos outros, ou se auto-diagnosticar com transtornos ou condições mentais diferenciadas. Para se sentir acima. Mas no fundo era um merda. Esse cara sou eu, e esse post é gay. Se você leu até aqui, é porque é idiota e provavelmente tem AIDS.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

The Old Familiar Pain

Adoro ir no parque nas terças-feiras, depois da faculdade.
Como eu sou um cara que não faz nada além de estudar -e estudar muito mal, diga-se de passagem - eu tenho esse costume de ir no parque passar a tarde. Eu gosto das terças-feiras porque tem pouca gente, e terça para mim sempre foi um dia especial.
E o que eu vou contar agora aconteceu em uma dessas terças-feiras.

Como de costume, eu lia algum livro pseudo intelectual. Acho que era algo do Nietzsche, não lembro. De repente, apareceu uma garota me perguntando se eu sabia em que direção ficava o sebo. Eu indiquei, mas ela não entendeu. No fim, eu me prestei a levar ela até lá. No caminho, enquanto conversava com ela coisas banais que se conversa com estranhos, fui notando sua beleza. Ela não era uma garota comum, possuía cabelos loiros, quase ruivos, pele clara e pequenas sardas no rosto. Seus olhos, grandes e castanhos brilhavam atrás de seu óculos de aros grandes. No primeiro momento que falei com ela, senti um pouco de raiva. "Garota estúpida, escrava da moda. Deve ser tão fútil quando uma Bárbie!" Mas ao longo da conversa, que começou com "nossa, eu sou muito tonta, nunca sei me achar no mapa do google, haha" fui percebendo que ela tinha algo especial. Quando finalmente chagamos ao sebo, eu ia indo embora, quando ela me perguntou se eu queria ajudar ela a escolher um livro. Eu fui. Mas sabia que não deveria criar expectativas com ela. Ela era tão linda, gentil e aparentemente inteligente. Provavelmente também deveria ter um namorado. Ou ao menos um amor secreto.
Recomendei alguns livros famosos e superestimados, mas ela já conhecia e até falava mal de alguns. Fiquei surpreso.

Acabou que nós viramos amigos.
Mas só amigos.

Eu já sabia que isso poderia acontecer, por isso nem tentei nada com ela. Eu poderia muito bem tentar conquistar ela, e falhar porcamente. Portanto, escolhi ficar na minha zona de conforto e não tentar. Ao menos teria o prazer de conviver com uma garota tão especial, nem que seja só como um amigo distante.

O tempo foi passando e eu comecei a ficar deprimido. Eu estava realmente apaixonado por ela. E ela, me considerava um grande amigo. Eu achava, porque na verdade, nunca me declarei para ela. Nem queria, eu sabia muito bem o que estava acontecendo. Eu estava na zona da amizade. Havia entrado a muito tempo, e estava tão perdido lá dentro que não conseguia mais ver mais a saída.
Foi mais ou menos nesta época que eu fiquei sabendo de um namoradinho dela. Já havia algum tempo que eles estavam ficando e quando eu descobri, senti meu coração dar o último pulsar. Aquela sensação de impotência e ao mesmo tempo uma dor tão grande e áspera que subia minha garganta me pôs a fazer algo que eu não fazia a muito tempo: chorar.

Por alguns dias, não sabia o que fazer. Me sentia a pessoa mais infeliz do mundo. O pior tipo de pessoa, aquele que simplesmente vive. Eu não tinha ânimo para mais nada. Ir para a faculdade se tornou pior do que costumava ser. Viver era tão cansativo. Isso tinha deixado de ser por causa de uma garota há muito tempo. Agora era uma questão pessoal. Eu continuava desanimado não mais por ela conseguir um namoradinho, mas sim porque eu nunca teria alguém para me apoiar, como ela devia fazer com o seu novo acompanhante. Era insuportável essa sensação de que simplesmente as coisas nunca serão felizes.
As vezes, eu olhava para mim no espelho e começava a chorar. Eu não gostava de ser essa pessoa. Eu era magro, fraco, feio e sem nenhuma qualidade, só alguém que custava a morrer.
De vez em quando eu conseguia parar de reclamar e pensar: "Ok, para de choramingar. Vamos levantar, isso tá começando a ficar irritante." Começava a pensar que eu não precisava de ninguém para ser feliz. Apenas eu e eu mesmo.
Mas depois de algum tempo, sentia uma coisa incômoda. Uma pressão na barriga, como se fosse um vácuo sugando meu estômago. Sentia vontade de abraçar alguém. Mas eu era só. Costumava, então, me abraçar.

Ao longo do tempo, fui me ocupando com outras coisas. Percebi que se eu mantivesse minha cabeça ocupada, não sentiria tanta dor. Então decidi me dedicar totalmente aos estudos.
Infelizmente, minhas notas melhoraram muito pouco. Mas continuei levando.

Enfim, certo dia, ela apareceu no MSN e simplesmente disse "Oi".
Acho que para uma pessoa normal, não é algo tão impactante, mas para mim foi como se eu levasse um tiro no meio do coração. Meus olhos se arregalaram, ao mesmo tempo, meu coração apertou, minha barriga foi sugada por uma força incrivelmente forte e eu senti todas as partes de meu corpo, como se uma carga elétrica corresse por mim.  Eu respondi com "Oi, tudo bom?"
A conversa correu normal até que ela disse: "sinto muito sua falta, por onde você tem andado?"
Era muita adrenalina correndo em meu corpo. Como assim ela sente a falta de alguém tão insignificante como eu? Por que ela sente a falta de mim quando tem um namorado? O que ela quer de mim? Será que ela sabe que eu gosto dela? É isso, ela quer me ver mal, ela quer que eu sofra! Vadia, eu sabia que ela era uma vagabunda...
Eu estava enganado. Ela simplesmente queria companhia. O namorado tinha acabado de trocar ela por outra vagabunda.

Eu não pude acreditar.
Na verdade, nunca entendi esse tipo de gente. Quem, em sã consciência podia trair uma namorada?
Ainda mais alguém como ela? Filhos da puta, enquanto eu morro sozinho, eles comem duas, três e até quatro mulheres diferentes!

Depois desse dia, nós voltamos a conversar diariamente.
Eu me sentia feliz, animado. Mas não deixava de sentir aquela familiar dor. Aquele vácuo no estômago.

Por incrível que pareça, consegui marcar um "encontro" com ela.
Nada muito especial, apenas um encontro no mesmo parque que nós nos conhecemos.
Praticamente na mesma hora, e no mesmo lugar.

Como de costume, cheguei antes. Muito antes. Fiquei esperando, esperando e esperando. Quando chegou a hora marcada, achei que ela não iria vir. Mas ela veio.
Fiquei muito nervoso. Mas consegui enganar.
Nós ficamos em baixo de uma árvore conversando por algumas horas.
Eu sabia, era aquela hora, era naquele dia.
Uma terça-feira!
Eu precisava me declarar para ela. Eu pensava em como fazer isso e como eu ficaria puto comigo mesmo se falhasse. Pensava tanto que quase não aproveitei a presença dela.
Algum tempo depois, ela foi embora.
Nos despedimos com um atrapalhado beijinho na bochecha. Eu sempre odiei despedidas. Nunca soube como proceder.

E como eu previ, fiquei mesmo me odiando durante a semana toda.
"Deveria ter dito tudo, deveria ter falado, pelo menos eu me livraria desse fardo que é ter esse amor platônico". Mas eu simplesmente não tinha falado. Eu era um idiota. E estava tendo outra recaída.

Na outra semana, ela me convidou para ir em uma festa que ela estava preparando. Segundo ela, iriam vários amigos e amigas dela, e eu, como amigo, deveria ir.
Pensei muito em não ir.
Odeio festas, odeio qualquer pessoa, eu me odeio!!!
Mas havia uma pitada de esperança.
Eu pensei que se eu fosse, eu possivelmente iria conseguir uma chance de beijar ela. Principalmente se ela estiver alcoolizada.
Demorei uma semana para me decidir se iria ou não. Três dias antes, eu confirmei minha presença. Mas no dia da festa, foi mais difícil do que imaginei ir na festa.
Eu estava sozinho, e só conhecia ela no lugar.
De algum modo, juntei toda a minha força de vontade que restava dentro de minha alma e fui até a festa.
Chegando lá, me deparei com uma casa com cerca de 15 pessoas. Todas muito bonitas, felizes e entusiasmadas com a ocasião.
Eu não sou muito acostumado com esse tipo de evento social. Na época que meus colegas da escola começavam a descobrir o mundo, eu preferia ficar em casa, jogando video-game e desenhando historinhas em quadrinhos. Isso se prolongou até os últimos dias do ensino médio, quando alguns amigos me obrigaram a ir com eles em uma festa qualquer.

A noite estava muito agradável fora da casa. O céu estava estrelado e a lua crescente estava tão brilhante que fazia um lindo reflexo na piscina da casa. A música empolgava os convidados e ela. Quando, de repente alguém cutuca meu ombro e diz: "cara, essa festa tá muito looooca! Vamo beber mais, caraaaa!" Era um conhecido dela. Eu já tinha ouvido falar dele, era um ex-colega que todo mundo gostava. Um cara animado e super amigo, todos adoravam ele. E eu achava que ela também deveria gostar dele.
Eu recusei a bebida. Não bebia. Achava que o álcool era um escapismo desnecessário na vida. E acreditava que se eu fosse fugir de algo, fugiria da maneira mais drástica possível: suicídio. Era um pensamento idiota, principalmente vindo de mim, que tinha medo de se declarar para uma menininha. Esse tipo de coisa me deixava mais desanimado. Por isso, tentava evitar. (Escapismo, sem álcool.)

Ao longo da festa, as pessoas se reuniram e me chamaram para participar de um jogo. Eu não conhecia. Eles ficaram surpresos e disseram que se chamava "verdade ou consequência". Depois de me explicar superficialmente o jogo, começaram. E eu estava jogando.

Nas primeiras rodadas, fiquei impressionado com o nível do jogo. Dois garotos beijaram ao mesmo tempo uma colega. Logo depois, ela beijou uma outra amiga e por fim, ela beijou um outro garoto. Além disso, eles perguntavam coisas íntimas e realmente chocantes. Descobri que aquele colega que me convidou para beber já havia bebido o próprio sêmen. E Ela admitiu já ter feito anal.
Sim, ela.
Neste momento, eu tive uma epifania terrível.
Reparei que ela era muito diferente de mim. Ela já tinha passado por mais experiências que eu, que por acaso era mais velho que ela. Além disso, ela era social. Gostava de festas e conhecer pessoas novas. Foi exatamente por isso que nós nos conhecemos. Como eu era inocente. Fiquei realmente aliviado por não ter me declarado para ela naquele dia. Ela obviamente não iria querer nada comigo. Eu era um anti-social que nunca tinha vivido. Ela, era uma garota perfeita, que conhecia a vida.

Enquanto eu pensava nisso, o jogo rolava. Eu respondia coisas que perguntavam e deixei todos surpresos quando disse que era virgem. Ninguém acredita quando eu digo isso. As vezes gosto de ver a reação das pessoas, mas especialmente naquela ocasião, nunca me doeu tanto dizer que era virgem. Isso porque simplesmente confirmava a minha epifania: eu nunca tinha vivido.
Depois de dizer isso, o jogo tinha perdido a graça quando caía em mim.
Até que um garoto sugeriu que eu beijasse ela.

Eu fiquei petrificado.
Beijar ela?
Assim... tão fácil?
Ah, obviamente ela iria recusar.
"Ok.." ela disse.

Eu não sabia como agir. Fiquei imóvel, atônito. Olhava para as pessoas ao meu redor.
Cheguei a recusar. "Não, magina, ela não quer, gente". Mas me empurraram.

Eu desajeitadamente toquei meus lábios nos dela.
Foi a sensação mais especial que senti na vida. Os lábios úmidos dela eram tão macios. Eu não sabia como beijar. Fiquei nervoso e não consegui aproveitar. Logo acabou o beijo.
Voltei para meu lugar e fiquei muito nervoso. As pessoas riam ao meu redor e berravam coisas como "é isso aí, cara!!", "Tá certo, meu!", "Hii, essa noite vai!".
Olhei para ela e vi ela fazendo uma expressão que para mim significou: "é, ele não beija bem, mas fiz o que estava no meu alcance.".

O momento que era para ser o mais feliz da minha vida foi um dos piores de suportar.
Uma lágrima ameaçava escapar de meus olhos, mas eu segurei. Senti aquele vácuo no estômago.
Eu queria morrer.

A festa durou mais algum tempo e o pessoal começou a ir embora. Então aproveitei para ir junto.
Me despedi de qualquer jeito das pessoas e quando olhei para ela, não sabia como agir.
Ela veio e me abraçou. Agradeceu por eu ter vindo e sorriu.
Eu fiquei totalmente sem jeito. E dei um sorriso forçado. Meu estômago era consumido por aquela dor familiar.

Decidi voltar a pé para casa.
Não era muito longe, mas de qualquer forma, queria pensar um pouco em tudo que aconteceu.
Me sentia mal, mas aquele sorriso que ela deu quando se despediu de mim podia significar algo.
Eu queria acreditar.

Ficamos sem nos falar durante alguns dias.
Quando nos falamos novamente, marcamos de nos reencontrar com a desculpa que eu ia emprestar para ela o polêmico livro "Lolita" de Vladimir Nabokov. Ela não conhecia!
Quando nos vimos, senti uma forte emoção. Era uma coisa boa, desta vez. Uma esperança que corria pelas minhas veias. Ela disse "oi" e nós começamos a falar.
O assunto começou sobre o livro, falei sobre o que era e ela se mostrou interessada. O papo foi se inclinando para uma coisa mais estranha e acabou que nós relembramos quando nos beijamos na festa.
"É AGORA OU NUNCA, PORRA!"
Não lembro o que eu disse, mas provavelmente foi algo assim ou pior que isso: "Blá, blá, quero relembrar" e eu a beijei.
Desta vez, com confiança. Eu tinha lido na internet como se beijava e estava um pouco mais firme.
Segurei a cintura dela e acariciei seus cabelos meio ruivos. Fui descendo minha mão até a bunda dela. Eu havia tocado pela primeira vez em uma bunda feminina. Admito que fiquei realmente excitado.
Aquele era o dia mais feliz da minha vida!
Após nos beijarmos, ela olhou para mim e sorriu.
Foi o sorriso mais lindo que eu vi em toda minha vida. E eu, não sabia o que fazer. Apenas abracei ela.. com todas as minhas forças. Ela era pequenininha e cheirava a perfume doce.

Depois deste dia, nos encontramos mais vezes. Três meses depois, começamos a namorar.
Eu finalmente tinha uma namorada e isso implicava em sexo.
Eu tinha perdido a virgindade com a garota mais linda que eu conhecia. Eu não conseguia acreditar que eu consegui conquistar alguém tão especial como ela. Era tudo tão perfeito, ela era tão atenciosa, tão gentil e ao mesmo tempo tão divertida, alegre..
Mas no fundo, eu me sentia mal. Não conseguia me sentir digno de alguém como ela.
Era terrível.
Eu tentava simplesmente esquecer essa minha idiotice, eu tentava viver normalmente. Mas este pensamento sempre voltava.
Ela queria ir em alguma festa, eu não queria ir. Ela insistia, eu ia. Mas não me sentia bem. Fazia por ela, mas não me aceitava como um bom namorado. Eu me odiava. E ela me amava, isso não era justo. Eu não era capaz de suprir as necessidades dela. Provavelmente nem sei fazer sexo direito!
Esse pensamento idiota me consumia todos os dias. Até que não aguentei mais.
Ela merecia alguém que suprisse as necessidades dela. Alguém que completava ela. Alguém digno.
E esse alguém não era eu. Eu não era o suficiente para ela.
Decidi acabar o namoro.

Essa foi a decisão mais dolorosa que tomei na minha vida. Eu ia sofrer, mas era para o bem dela.
Na minha cabeça, fazia todo o sentido do mundo.
Quando falei para ela, ela não acreditou. Chorou, gritou.
Mas foi em vão, eu estava certo de meu pensamento. Acreditava que era o melhor a se fazer. Mas ela não aceitou.

Obviamente eu expliquei o que eu pensava, ou pelo menos eu tentei. Mas não adiantou. Então me afastei dela. Fiquei longos dias em casa, trancado. Sabia que eu ia ter um forte arrependimento. Chorar não era mais o suficiente. Pensei em suicídio tantas vezes que precisei tomar vários remédios. Enquanto isso, o telefone tocava. Provavelmente era ela tentando conversar. Eu não atendia.
Até que certo dia, eu atendi.
Mas não era ela.

Era a mãe dela.
Sua voz estava trêmula.
"Ela faleceu ontem a noite. O funeral vai ser hoje a noite, ela ficaria muito contente que você fosse".

Em toda minha vida, toda a dor que eu sentia, não importa qual fosse; dente com cárie, braço quebrado, ou amor platônico, nada doeu tanto quando ouvir essa frase. Eu não podia acreditar que ela simplesmente havia morrido. Mas eu não chorei. Simplesmente fiquei imóvel no telefone. Tentei falar alguma coisa, mas a mãe dela continuou. "Vai começar as 18horas. Agora preciso ligar para outras pessoas, desculpe. Até logo".
Desliguei o telefone e sentei no sofá da sala olhando para o nada. tentando entender o que aconteceu. Levantei e fui até a casa dela.

Quando cheguei lá, o pai dela me explicou.
Depois que EU tinha acabado o namoro, ela tentou me ligar, realmente. Após ver que eu não ia antender, ela foi tentar falar comigo pessoalmente. Infelizmente, no caminho, um carro atropelou ela.

Simplesmente isso.
Eu era o culpado.

Não lembro o que eu disse, apenas de meus olhos se encherem de lágrimas e meu lábio estremecer. Não sentia nada. Não havia mais nenhum vácuo, nenhuma carga elétrica, nenhuma batida de coração forte. Apenas o vazio.
Eu tinha perdido a garota da minha vida. E a culpa foi minha.
A minha falta de confiança em mim mesmo matou ela.